segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Experiência Visual


“O Moinho e a Cruz” é uma produção do cineasta polonês Lech Majewski falada em inglês. Este é um filme para quem gosta de artes plásticas. Isso porque este longa-metragem de 96 minutos, que mistura drama e ensaio visual, parte do quadro “Caminho para o Calvário”, de Pieter Bruegel. O pintor é vivido na tela pelo ator Rutger Hauer, ator que marcou a história do cinema com filmes como “O Feitiço de Áquila” e “Blade Runner – O Caçador de Androides”. Bruegel planeja seu quadro mostrando o  sofrimento de Cristo e criando um paralelo com a região de Flandres, onde hoje é a Bélgica. No século XVI, a área foi dominada pelos espanhóis.  Dessa forma, os algozes de Jesus ganham o uniforme vermelho dos guardas invasores, que maltratavam os camponeses de então. A mãe de Cristo ganha a interpretação da famosa atriz britânica Charlotte Rampling, que transmite no olhar toda a tristeza de Maria ao ver seu filho morrer. A proposta de Majewski faz com que as personagens e as cenas sejam expostas como uma pintura viva. Cada frame é cuidadosamente composto em detalhes de luz, cores, cenários e figurinos que retratam a época e alguns de seus costumes. Por isso, não é um filme para ser visto por quem tem pressa. Exige paciência e contemplação. Assisti-lo se  aproxima mais de uma experiência visual do que o acompanhar de uma narrativa. É para espectadores que gostam de fugir de filmes convencionais.

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